quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Árvores de Interesse Público?

Árvores de Interesse Público são árvores que pelo seu porte, desenho, idade e raridade se distinguem dos outros exemplares. Também os motivos históricos ou culturais são factores a ter em conta.
A classificação de "interesse público" atribui ao arvoredo um estatuto similar ao do património construído classificado.
Desta forma, as árvores e os maciços arbóreos classificados de interesse público constituem um património de elevadíssimo valor ecológico, paisagístico, cultural e histórico, em grande medida desconhecida da população portuguesa.

Uma árvore classificada de “interesse público” beneficia de uma zona de protecção de 50 metros de raio a contar da sua base.
Toda a árvore de interesse público não poderá ser cortada ou desramada sem autorização prévia da
Autoridade Florestal Nacional, sendo todos os trabalhos efectuados sob sua orientação técnica.

No concelho de Arganil estão classificados um eucalipto em Coja, um Freixo em Folques, um carvalho-negral na Benfeita e um castanheiro na Moura da Serra.

Assim, tomei a liberdade de enviar este e-mail para a Autoridade Florestal Nacional (com conhecimento à Junta de Freguesia De S. Martinho da Cortiça):
"Venho por este meio alertar a Autoridade Florestal Nacional para a existência de um conjunto de dois freixos multi-seculares existentes no largo da igreja de S. Martinho da Cortiça – freguesia de S. Martinho da Cortiça – concelho de Arganil.
(Localização no Google Map: coordenadas +40° 16' 8.91", -8° 9' 8.17")
Da simples observação do conjunto é evidente o interesse e admiração que despertam aqueles dois exemplares, tanto pelo seu porte como pela sua idade.
(Como comprovam fotografias em anexo)









Vários autores referem a sua antiguidade, e supõem que a sua plantação poderá ser coeva da fundação da própria igreja, em 1624.
Vide, nomeadamente, VISCONDE SANCHES DE FRIAS (1899) – “Pombeiro da Beira: Memória Histórica e Descriptiva” – Lisboa: Typographia Rua D. Pedro V; e JOÃO PEDRO NOGUEIRA PORTUGAL (2008) – “Monografia de S. Martinho da Cortiça” – Arganil: A Comarca de Arganil.
Assim, tendo em vista o que julgo ser interesse público em preservar estes dois freixos, património de valor ecológico, paisagístico, cultural e histórico da nossa freguesia de S. Martinho da Cortiça, e nos termos do parágrafo único, do artigo 1.º, do Decreto-Lei nº 28 468, de 15 de Fevereiro de 1938, e do disposto no artigo 14.º, do Decreto-Lei nº 159/2008, de 8 de Agosto, solicito à Autoridade Florestal Nacional que dedique a sua melhor atenção à sua classificação como Árvores de Interesse Público.

Disponível para qualquer colaboração julgada necessária,
com os meus melhores cumprimentos,

João Pedro Nogueira Portugal"
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2 comentários:

  1. Antonio Carlos Nogueira11 de dezembro de 2009 às 21:47

    António Carlos Nogueira

    Bela iniciativa que merece o meu maior apoio.
    Penso mesmo que o freixo da esquerda, quando estamos de frente para a ex-farmácia, deveria ser alvo de uma preservação especial, enchendo o buraco de material inerte e tapado, tecnica que os tecnicos da Autoridade devem conhecer, evitanto-se assim o contínuo apodrecimento interno.
    Há muitos anos, ainda aluno do ISA, em visita de estudo, suponho que à Mata de Sintra, vi esta tecnica aplicada.

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  2. Antonio Carlos Nogueira11 de dezembro de 2009 às 22:31

    Caro João Pedro
    Acho também que merecem a mesma atenção os 3 freixos, na entrada do Casal e ao cimo da rua de Santo Cristo, de ambos os lados da Estrada da Beira.
    Provavelmente mais jovens que os do Adro, também multi-seculares, pois sempre os conheci com os actuais portes desde criança, ilibando-o das atrocidades de decepação anuais, a que estão sujeitas as as árvores ornamentais (Tilias) do jardim do Adro (atrás da Igreja) e do pequeno retiro na R. J.M. Dias da Cunha, junto ao chafariz.
    Este tipo de podas (decepações) só são agronomicamente justificaveis no caso de regeneração ou rebaixamento de copas (caso das oliveiras, para facilitar a colheita). Em geral a regeneração faz-se por rebentação ou enxertia (videiras, macieiras, pereiras,etc.), podendo assim obter-se uma ou mais variedades na mesma planta.
    CURIOSIDADES: o chá da folha de freixo, verde ou seca, é optimo para controlo do colesterol, o de oliveira para a tensão arterial.

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