segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

António Dias da Cunha agraciado com a Medalha de Ouro do Concelho

O Ministro da Defesa José Pedro Aguiar Branco esteve no passado dia 15 de Dezembro, em Arganil a presidir à sessão solene de atribuição de Medalhas de Ouro do Concelho de Arganil ao ex-presidente do Sporting e empresário, Dr. António Augusto Serra Campos Dias da Cunha, ao antigo autarca e médico Dr. Armando Dinis Cosme e à antiga ministra das Finanças Dr.ª Maria Manuela Dias Ferreira Leite.

Esta distinção esteve programada para o dia 7 de Setembro, não tendo ocorrido devido aos incêndios que fustigaram o Concelho de Arganil.
António Augusto Serra Campos Dias da Cunha (Beira, 1933) é filho de José Dias da Cunha e de sua mulher Maria Isaura Matias Serra Campos, ambos de São Martinho da Cortiça, Arganil.

Instalado em Portugal desde os nove anos, manteve-se sempre ligado a Moçambique, onde posteriormente estabeleceu diversos negócios e deu apoio a instituições sociais.
Grande amigo da sua freguesia natal, S. Martinho da Cortiça, tem sido juntamente com a sua Família um dos principais beneméritos em diversas obras.

Licenciado em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, praticou vários desportos enquanto estudante universitário, alternando entre o futebol, o andebol e o basquetebol. No râguebi chegou a participar no campeonato nacional da I Divisão.

Associou-se ao Sporting Clube de Portugal a convite de Emídio Pinheiro, um antigo presidente da Assembleia-Geral. Ainda antes do 25 de Abril de 1974 tornou-se amigo de José Roquette e, mais tarde, foi com ele para a Direcção do SCP. Em Agosto de 2000, assumiu a presidência do clube e da Sociedade Gestora do Património do Sporting, sucedendo a José Roquette, que transformara o clube numa Sociedade Anónima Desportiva. Sob a sua presidência arrancaram em finais de 2001 as obras do novo Estádio de Alvalade e o Sporting foi campeão nacional de futebol na temporada 2001/2002.

António Dias da Cunha apareceu em diversos momentos ligado ao Partido Socialista - é militante na concelhia de Arganil - tendo apoiado publicamente as candidaturas presidenciais de Mário Soares e Jorge Sampaio. Foi presidente da Assembleia Municipal de Arganil.

Tem dois filhos, Patrick e Alexandre Dias da Cunha.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Livro "Memórias de Paradela da Cortiça" de Maria de Lurdes Pereira Morgado

Foi publicado em Junho de 2012 uma interessante recolha etnográfica, em jeito de memórias, pela sra. d. Maria de Lourdes Pereira Morgado, de Paradela da Cortiça.


Nas suas próprias palavras:
"São para si, leitor, estas breves páginas que falam da minha ou da nossa aldeia, da vida sã e simples de quem nasceu, cresceu e morreu dedicando parte de si ao torrão natal.
Aqui nasceram homens de valor, esquecidos.
Daqui partiram muitos ao longo de várias gerações.
Foram para muitas partes do mundo, Brasil, África e cidades como Lisboa e Porto.
Muitos deles ajudaram a enriquecer com o seu trabalho as terras onde se domiciliaram.
Humildes uns, eruditos outros. Porém, todos cultivaram a saudade da sua terra natal.
Alguns regressavam quando podiam, outros morriam com a saudade de não voltar.
Uma certeza foi que muitos levaram a cultura, os costumes, as tradições da nossa terra e da nossa fé para aqueles Continentes.
Para vós, procurarei transmitir algo que vem sendo contado de geração em geração, através do conto verbal.
Desde já, o meu muito obrigado se tiverem paciência para me ler.
Ficaria muito feliz se estas minhas Memórias viessem a ser transmitidas às gerações vindouras.
Maria de Lourdes Pereira Morgado."

Parabéns, sra. d. Maria de Lourdes!

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Passeio por Montes e Vales da Urgueira


"A União Recreativa e Cultural levou a efeito no passado domingo, dia 25/11/2012, o 7.º Passeio TT da Urgueira.

 

Neste passeio participaram 31 Motos e Motos 4 e 34 Jeeps. Os amantes do TT puderam disfrutar de um passeio por esses montes e vales da nossa freguesia. Havia um percurso distinto para as motas e para os carros.
Depois do belo pequeno-almoço servido na sede da União, os aventureiros passaram por vários sítios com paisagens espetaculares, com alguns obstáculos bem complicados com muita lama à mistura e alguns atascanços, pois o São Pedro não poupou ninguém e tratou de refrescar toda a gente, fazendo com que os pilotos e máquinas não tivessem problemas de aquecimento.

  

O almoço esperava por todos nas instalações da CUNFIL, na Serra da Moita, que muito gentilmente cedeu as suas instalações, e onde todos puderam relatar as suas peripécias e aventuras e degustar uma bela Sopa da Pedra e umas bifanas, divinalmente confecionadas pela malta da cozinha.
Depois de retemperadas as forças, toda a gente arrancou para os montes e vales em direção à Sanguinheda onde os esperava um pista de obstáculos, ao verdadeiro espirito radical, e que diga-se de passagem estava simplesmente empapada de lama e água.
Aí todos puderam assistir à perícia de pilotos e máquinas e desfrutar das belas imagens de máquinas e pilotos completamente cheios de lama e a serem ajudados pelos guinchos a ultrapassar os obstáculos. Terminada a pista, todos se dirigiram à Sede da União onde puderam desfrutar dum belo jantar e receber as lembranças.
No fim de jantar o Presidente da direção, Avelino Figueiredo, em conjunto com o Presidente da Junta, Rui Franco e da Câmara Municipal, Ricardo Pereira Alves, agradeceram a presença de todos, dos vários grupos que se deslocaram de outras paragens em especial dum grupo numeroso que veio da Zona Oeste, (Caldas da Rainha, etc), desejando votos de um bom regresso e um convite para regressarem no próximo ano à nossa freguesia e ao nosso concelho.
Não podemos de deixar um obrigado também ao resto do STAFF que ajudou na organização demais este evento.

  

Por fim a Direção relembra a todas as pessoas que se vai realizar o 6.º Almoço de Aniversário no dia 08/12/2012. As inscrições para estes eventos podem ser feitas para os números 966 705 902 / 967 029 519.

A Direção."

sábado, 24 de novembro de 2012

Livro "A Brincar a Brincar..." de Joaquim Cunha

"Sou um homem divertido/ Toda a gente sabe bem/ Que aquilo que está escrito/ Não é para ofender ninguém."

Foi assim que Joaquim Cunha (batizado com o nome de Joaquim Correia de Frias) prefaciou o seu livro de quadras, editado em Março de 2012. O Ti Jaquim é um repentista, um poeta popular que debita espontânea e improvisadamente as suas quadras, cumprimentando um amigo, reparando numa situação, anotando um pormenor, criticando uma maldade.
Nasceu no Vale de Moinho a 15 de Setembro de 1934, "173 anos depois de Bocage" como gosta de acentuar, andou na escola primária em S. Martinho da Cortiça e vive actualmente em Paradela da Cortiça. É trabalhador rural, matador de porcos, amigo de uma farra e deixa nas quadras deste livro o seu olhar mordaz sobre si mesmo e sobre o povo que o rodeia.
 
Parabéns, Ti Jaquim!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

I Cicloturismo da Casa do Povo de S. Martinho da Cortiça

"A Casa do Povo levou a efeito no passado dia 07 de Outubro o I Cicloturismo, cuja finalidade era a angariação de fundos para esta instituição.
Os Ciclistas saíram da nossa sede em direção à Cortiça, Paradela da Cortiça e Vimieiro, onde os esperava um belo dum pequeno-almoço, junto à praia fluvial.
Depois de atestados os estômagos, os ciclistas enfrentaram a subida em direção a S. Pedro D`Alva com mais confiança. Seguiram para a Cruz do Soito, Catraia dos Poços, Ramal de Pombeiro, Urgueira, Portela da Urgueira, Saíl, Vale de Matouco e S. Martinho da Cortiça.
Depois de recomposto o fôlego, foi tempo de todos se deliciarem com um belo dum churrasco com Arroz de Feijão e um belo copo de vinho.
De destacar que não houve a registar nenhuma desistência, apenas algumas avarias mecânicas, prontamente resolvidas pelos entendidos na matéria, e algumas paragens extraordinárias para repor os níveis de líquidos, pois o dia estava quente e ninguém podia entrar em desidratação.
A direção agradece a todos os participantes, a todas as pessoas que ajudaram na preparação da atividade, na realização do almoço e ainda às pessoas que ofertaram os ingredientes (sólidos e líquidos) para o almoço.
De destacar que houve pessoas a inscrever-se, umas mesmo não podendo almoçar e outras mesmo sem bicicleta, com a única intenção de ajudar a Casa do Povo.

Gratos a todos
Ricardo Pereira
(vice-presidente da direção)"

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Verão já passou e a Urgueira não parou

"A União Recreativa e Cultural da Urgueira levou a efeito várias atividades.

No dia 29 de Abril levou a efeito um Cicloturismo e Passeio BTT.
Para o pessoal das “pasteleiras” o passeio saiu da sede da União, Pombeiras, Catraia dos Poços, S. Martinho da Cortiça, Vale Moinho, Fronhas, Vilarinho e Santa Quitéria, onde os esperava um belo reforço. Depois das forças retemperadas, os ciclistas saíram em direção a Pombeiro da Beira, Maladão, Covais e finalizou na sede da União. Para a rapaziada da terra e da lama, o passeio saiu da sede, Urgueira, Pombeiras, Abrunheira, Poços, Carapinhal, Cavaleiro, Vimieiro, Lapa (Paradela da Cortiça), Ponte de Mucela, Moura Morta, Vilarinho e Santa Quitéria, onde se juntaram aos outros amigos do pedal para o merecido reforço.
Depois de estarem bem reconfortados saíram em direção a Pombeiro da Beira, Roda, Ponte do Vale de Espinho, Maladão, Covais e Urgueira.
Depois do banho tomado esperava-os um belo almoço quente e respetiva entrega de lembranças aos mais de 40 ciclistas presentes contando também com a presença do Presidente da Junta de Freguesia, Rui Franco.
 
No dia 03 de Junho a união levou a efeito mais uma edição da Descida de Carrinhos de Rolamentos.
Os mais de 50 inscritos percorreram por 3 vezes a descida de prova entre a Sede da União e o fundo da Urgueira. Os muitos espectadores puderam deliciar-se com as verdadeiras acrobacias dos bólides e os sustos por que passaram alguns dos seus condutores para conseguirem dominar as máquinas. Embora tivessem ocorridos alguns encontros imediatos com os pneus colocados pela organização, nada de grave houve a registar.
Terminada a corrida houve tempo de reconfortar o estômago e a entrega das respetivas lembranças.
 
No dia 16 de Setembro foi a vez de se realizar mais um torneio de Paintball.
Infelizmente, este ano o torneio não foi tão participado como o anterior, derivado ao tempo quente que se fez sentir, a obrigar muita gente a estar com outras lutas e a tentar dominar um adversário mais forte que queima esta nossa paisagem verde.
Mesmo assim, ainda apareceram 10 guerreiros que estiveram toda a tarde numa verdadeira “guerra” para conquistar a bandeira ao adversário.
Depois de terminada a “maratona guerreira”, todos se dirigiram ao largo da união. Enquanto se aguardava pelo belo do churrasco  e pela entrega das lembranças ainda se puderam contar as peripécias e mostrar as marcas da “batalha”.
  
A Direção da União agradece a todos os participantes nas atividades e a todas as pessoas que ajudaram para que fosse possível levar a cabo todas estas atividades.


A Direção informa também que as próximas atividades a realizar serão já no dia 25/Novembro/2012, o 7.º Passeio TT (conforme cartaz publicado) e o 6.º Almoço de Aniversário no dia 08/DEzembro/2012. As inscrições para estes eventos podem ser feitas para os números 966 705 902 / 967 029 519.

Pela Direcção."

domingo, 4 de novembro de 2012

XXVI Feira Franca de S. Martinho da Cortiça de 9 a 11 de Novembro

Nos próximos dias 9, 10 e 11 de Novembro, irá realizar-se a XXVI Feira Franca, em S. Martinho da Cortiça.

Do programa deste ano salienta-se:
Conferência subordinada à história de S. Martinho, pelo dr. Pires de Carvalho, na igreja de S. Martinho da Cortiça (sexta-feira, 21h);
Actuação do Orfeon Maestro Alves Coelho (sexta-feita, 22h);
Desfile das Confrarias entre a Junta de Freguesia e o recinto da Feira (sábado, 10h30);
Concurso de gado bovino (sábado, 11h00);
Cerimónia de entronização dos novos confrades da Confraria do Bucho do concelho de Arganil, na Quinta dos Oliveiras, Sail (sábado, 12h30);
Missa e procissão em honra de S. Martinho (domingo, 10h15);
Jogo de futebol do campeonato distrital do INATEL (domingo, 15h)
Grande magusto tradicional (domingo, 18h).

Ao longo dos três dias de festa haverá animação proporcionada pelos grupos "Bandalheira", "Os Columbinos", "Pauta Dourada", "Pogresso Pátria Nova", "Farristas da Gândara", "Tuna Popular de Arganil" e da "Tuna de S. Martinho".

domingo, 16 de setembro de 2012

Incêndios florestais cobrem de tristeza a Beira-Serra

Também a freguesia de S. Martinho da Cortiça, viveu, durante a manhã  de segunda-feira dia 3, momentos de grande aflição. O incêndio que teve início às 05h40, na Carapinha, não deu tréguas aos bombeiros e habitantes daquela aldeia e seus vizinhos.
O momento mais crítico ocorreu por volta das 10h00 pois a Proteção Civil indicava que o incêndio atuava em quatro frentes, tendo passado perto da Abrunheira, Pombeiras, Ramal de Pombeiro, Sanguinheda. O vento forte que se fazia registar naquela zona, dificultava a atuação dos bombeiros. Vários focos de incêndio reacendiam em zonas dispersas.




 
Arderam mais de 170 hectares de floresta.

Os vigilantes florestais de S. Martinho da Cortiça passaram os dias e noites seguintes de prevenção redobrada, evitando reacendimentos e fazendo rescaldos

Logo na quinta-feira, dia 6 na zona de Coja as estimativas apontam para 1.000 hectares de floresta ardida. Situação semelhante aplica-se ao incêndio que deflagrou sábado, dia 8 na Serra da Aveleira, Arganil que se reacendeu domingo e durante a semana passada, onde terão ardido mais 300 hectares. Barril de Alva também foi fustigada e já ontem houve um incêndio na Serra de Santa Quitéria, Pombeiro da Beira. Nos concelhos vizinhos a situação repete-se.

O tempo extremamente seco e quente não será alheiro a estes incêndios mas não explica inícios de focos de incêndio de madrugada ou no início da noite, indiciando mão criminosa.
Os incêndios florestais aproveitam a ninguém: nesta região, colocam em risco as populações e seus bens, destroem a floresta que é uma das principais fontes de riqueza e aforro das famílias, retiram valor à madeira que impulsiona um dos principais actividades económicas, destroem as magnificas paisagens da nossa Beira Serra com prejuízos para o turismo...

É cada vez mais urgente educar as nossas Crianças de que a floresta é uma riqueza a preservar para que os Cidadãos de amanhã a possam criar meios para a defender e proteger instintivamente.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Festas de Verão em S. Martinho da Cortiça

Estão aí à porta as festas de verão por toda a região da Beira-Serra.
Também em S. Martinho da Cortiça, desde a Ponte da Mucela à Urgueira, desde as Fronhas até ao Cavaleiro, pelos quatros cantos da nossa freguesia, as Famílias reúnem-se no adro da sua capela, agradecem em procissão mais um ano passado, comem as fogaças na casa cheia de amigos e familiares e folgam nos bailes pela noite dentro, dançando, bebendo do bom vinho, partilhando pão, chouriço e azeitonas...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

IV Edição das Noites do Adro

"Decorreu no passado sábado, 14 de Julho, a IV Edição das Noites do Adro, no Adro da Igreja Paroquial de S. Martinho da Cortiça numa organização da Tuna de S. Martinho da Cortiça do Projecto Radical – Associação Juvenil, em parceria com a Junta de Freguesia de S. Martinho da Cortiça e com a Câmara Municipal de Arganil.

Esta edição teve como protagonistas, para além do grupo anfitrião (Tuna), o Grupo de Melodias e Tradições da Beira-Serra de Vila Pouca da Beira (OHP) e a Tuna de Cantares de Coja.

Mesmo com uma noite um pouco fria para esta altura do ano, registamos com agrado a presença do público que veio acarinhar a sua Tuna e deslumbrar-se com os grupos convidados.

Antes das actuações os grupos puderam disfrutar de um jantar oferecido pela Junta de Freguesia e conviver em redor da mesa.

A PR-AJ agradece à Junta de Freguesia de S. Martinho da Cortiça e à Câmara Municipal de Arganil, todo o apoio que nos têm prestado, ao Grupo Desportivo e Cultural de S. Martinho da Cortiça e Casa do Povo de S. Martinho da Cortiça quem nos têm disponibilizado as suas carrinhas para as várias saídas da Tuna, ao sr. Avelino Figueiredo por disponibilizar o seu equipamento de som, ao sr. Luís Gouveia pois disponibilizou a electricidade da Igreja Paroquial para que fosse possível a realização destas Noites do Adro e por fim à Regina Pinto que tratou das lembranças para os Grupos e entidades.

A eles todos um muito bem-haja.
  
Da esquerda para a direita: Ricardo Pereira, Rui Franco, Isilda (Grupo Melodias), vereador Luís Paulo Costa e João (Tuna Cantares de Coja).

Grupo de Melodias e Tradições da Beira-Serra.  
    
Tuna Cantares de Coja.
  
Por fim, quero deixar uma palavra de apreço aos meus “Tunos” pelas quadras e que continuem em cima do palco com alegria a dar o seu melhor e a levar bem longe o nome da Tuna de S. Martinho da Cortiça.

O Presidente da Projecto Radical – AJ,
Ricardo Pereira"

domingo, 8 de julho de 2012

Noites do Adro em S. Martinho da Cortiça a 14 Julho

Vai decorrer durante o próximo dia 14 de Julho, Sábado`pelas 21:30, a 4ª edição das Noites do Adro na Igreja de S. Martinho da Cortiça. Além da tuna anfitriã, contará com a Tuna de Cantares de Coje e com o Grupo de Melodias e Tradições da Beira Serra.
Organização da Projecto Radical - Associação Juvenil.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

1º Passeio Turístico em Maladão a 17 Junho

Decorreu no passado domingo, 17 Junho, o 1º Passeio Turístico de carros antigos, motos e motorizadas.
Após concentração na sede da Comissão de Melhoramentos do Maladão e respectivo pequeno almoço, o cortejo rumou em passeio à Urgueira, Pombeiras, Catraia dos Poços, Poços, S. Martinho da Cortiça, Sobreira e Mucelão. Aqui, na Casa da Carvalha, após visita às caves, foi fornecido o reforço da manhã, que incluiu prova do vinho da casa da Carvalha, colheita 2003, no magnifico pátio da Casa.
O passeio continuou pela Ponte da Mucela, subindo a Serra de S. Pedro Dias, com passagem por Pombeiro da Beira, onde foi visitado o respectivo Museu de Arte Sacra da Igreja Matriz.

O almoço foi servido em Maladão, na sede da Comissão, onde se foram trocando ideias, dicas e habilidades respeitantes às máquinas antigas em passeio.

O passeio foi sendo documentado em reportagem fotográfica publicada no álbum do Facebook "1º passeio turístico" da Comissão de Melhoramentos de Maladão.
Parabéns à organização!

sábado, 19 de maio de 2012

Memórias Africanas com dr. António Dias da Cunha

Grande entrevista (www.recordarangola.com/audio/M.Africanas_05.05.12.mp3) com o nosso conterrâneo de S. Martinho da Cortiça na Rádio Sim (grupo Renascença), António Dias da Cunha, que além de ter nascido na Beira em Moçambique em 1933, andou dois anos na Escola Primária da Portelinha em S. Martinho da Cortiça.
Conta algumas partes de vida de seu pai e seu avô paterno. O avô paterno, quando vinha de férias de Moçambique, juntava-se aos caçadores e pescadores da Ponte da Mucela e Moura Morta, que vinham de férias do Brasil. Apaixonou-se pelo Sporting com 5 anos de idade e por causa de um vizinho ciclista. Mais tarde, viria a ser o seu presidente. O seu Pai foi fundador do grupo Entreposto.
Hoje, António  Dias da Cunha passa os seus dias por entre Portugal e Moçambique onde ainda tem negócio.
É um Grande Amigo de S. Martinho da Cortiça onde a sua Família sempre ajudou em diversas obras de benemerência.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Dia da espiga (ou das merendas)

O Dia da Espiga ou Quinta-feira da espiga é celebrado no dia da Quinta-feira da Ascensão com um passeio, em que se colhe espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira para formar um ramo, a que se chama de espiga e se come uma bela merenda.

Acredita-se que este costume, que surge mais no centro e sul de Portugal, nasceu de um antigo ritual cristão, que era uma bênção aos primeiros frutos, talvez de antigas tradições pagãs associadas às festas da deusa Flora que aconteciam por esta altura e às quais se mantém ligada à tradição dos Maios e das Maias.

O dia da espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam". Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais.
Segundo a tradição o ramo deve ser colocado por detrás da porta de entrada, e só deve ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.

Na freguesia de S. Martinho da Cortiça, está registado em meados do séc. XVIII ia a cruz da Igreja Matriz em procissão no primeiro dia das rogações à capela de Mucelão, no segundo à de Sail e no terceiro à capela da Sanguinheda, onde também ia a cruz da anexa igreja da Carapinha.
Há uns quarenta anos atrás a mesma procissão ainda se fazia. Chamavam-lhe a procissão das ladainhas, onde a cruz da igreja ia na antevéspera, véspera e dia de Quinta-feira da Ascensão às mesmas capelas de Sanguinheda, Sail e Mucelão e as pessoas iam pedindo nas suas orações a bênção dos campos.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

XVIII Campeonato Mundial de Pesca à Pluma no Mondego, Alva e Ceira, 13-20 Maio

Vai decorrer entre os próximos dias 13 e 20 de Maio o 18th FIPS - Mouche - Campeonato Europeu de Pesca à Pluma em Portugal, especificamente nos rios Mondego, Alva e Ceira.

No rio Alva, os locais frequentados serão Ponte de Mucela, Vimieiro, Miro. A cerimónia de entrega dos prémios está prevista para sábado (16h30) na Lousã.

O evento é apoiado pelas Câmaras Municipais de Arganil, Góis, Lousã, Penacova e Poiares.

sábado, 12 de maio de 2012

X Feira de Sopas e Doces, a 20 de Maio 2012


No próximo dia 20 de Maio (Domingo)  vai decorrer em S.Martinho da Cortiça a X edição da Feira de Sopas e Doces organizada pela Associação “Projecto Radical.
 
Juntam-se as colectividades da Freguesia (Cortiça, Fronhas, Pombeiras, Sobreira, Urgueira, Sail e este ano estreia-se também a Comissão de Iniciativas e Progresso da Sanguinheda, ficando cada uma delas com a responsabilidade pela confecção de uma sopa diferente, e todos os doces.

O evento decorrerá  entre as 12:00 e as 22:30.

Actuarão também a “Tuna de S. Martinho”, “Rancho Juvenil da Casa do Povo de Arganil”, “Grupo de Concertinas Sons da Serra” e ainda animação a cargo do “Grupo de dança «As Pimpolhas»".

domingo, 6 de maio de 2012

Turismo rural no Vale da Ovelha - Carapinha

A família Paravano, originária da África do Sul, acabou por descobrir um cantinho embrenhado nas nossas Serras: o Vale da Ovelha. Aos poucos, foram recuperando uma casa onde recebem hóspedes que queiram vir conhecer mais uma aldeia perdida da Beira Serra.

O apartamento possui um grande salão e existe uma cozinha totalmente equipada. O quarto é uma suite com uma sala de banho.
Tem uma sala extra que acomoda 2 pessoas e está disponível mediante solicitação.
A sala tem sua própria entrada e é totalmente privado.

A reserva está disponível no site EscapeLets.com.

A aldeia de Vale de Ovelha está situado nas colinas a nordeste de Coimbra, e muito perto das vila de Arganil e Tábua. A extensa albufeira da Barragem da Aguieira está muito perto.
A localização é bastante tranquila e as vistas belíssimas e é ideal para passeios de bicicleta, caminhadas e oferece oportunidades para pesca, natação, bem como eco-turismo.







Ingo Paravano descreve assim a sua aldeia:

"Vale de Ovelha. A aldeia deve seu nome ao grande número de ovelhas frequentemente trazidas para o vale para pastar na vegetação luxuriante e flores silvestres. Desde tempos antigos que grande parte da região era coberta por floresta nativa.
A aldeia original foi estabelecida em torno do início século XVI; o sino da capela tem a data de fundição de 1743.
A aldeia pitoresca é situada na encosta de um das colinas circunvizinhas, de onde se avista um círculo de beleza serena.
A aldeia é um exemplo típico de agricultura de subsistência, numa região onde se encontram todos os meios necessários. Os materiais de construção para as casas e anexos são a pedra local. Características desta aldeia são as suas eiras, usadas ​​para a secagem e debulha de milho. Como é típico desse tipo de aldeias, a terra de cada pequena fazenda foi cuidadosamente emparedada em forma de terraços.
Na aldeia pode ser comprado azeite fino de qualidade e mel de flor silvestre produzido localmente."





"Quanto maior a altitude a região montanhosa é dominada por um coberto vegetal Maquis e Garrigue.
No vale, o tipo de vegetação torna-se em floresta Estacional Decidual de Maquis nas áreas mais expostas.
Ocorre geada nos meses de inverno e as espécies vegetais presentes na região são bem adaptadas ao frio.
Várias espécies de orquídeas raras são observadas aqui em Primavera.
Espécies raramente vistas de aves ocorrem por todo o vale, incluindo águias. Várias outras espécies de ave de rapina são residentes em toda a região, incluindo quatro espécies de coruja, bem como várias espécies do falcão.
Espécies de mamíferos localizam-se generalizadamente. O lince ibérico ocorre na região. Texugos, raposas, gatos selvagens genetas e lontras ocorrem na região, bem como javali.
Um número grande e diversificado de espécies de plantas são abundantes no vale e nas colinas circundantes. Uma pequena população de Narciso bulbicodicum, ocorre generalizada. Pelo menos três espécies de Lavandula, incluindo Lavandula Stoechas ocorrem na região. Três espécies de Cistus incluindo as flores rosa Cistus crispus ocorrem na região.
Pelos meses de Verão muitas espécies raras de borboleta acontecem ao longo das regiões mais altas."



quinta-feira, 3 de maio de 2012

X Convívio Motard G.M. "Asas da Liberdade"

Vai decorrer no próximo dia 12 e 13 de Maio de 2012 o X convívio motard do Grupo Motard "Asas da Liberdade" no pavilhão gimno-desportivo de S. Martinho da Cortiça.

As actividades serão variadas e o melhor mesmo é não faltar!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ser padre um mundo operário

"Em 7 de Outubro de 1954 entrei para o Seminário Menor da Figueira da Foz, ainda não tinha feito os 11 anos. Recordo-me que encontrei um ambiente rigoroso e exigente. Talvez pelo meu temperamento, fui um aluno discreto. Em Outubro de 1959 passei para o Seminário Maior de Coimbra. Aí tive as primeiras dúvidas. Começou o meu interesse pela política, com o caso do Bispo do Porto e o início da guerra colonial.

O Papa João XXIII convocou o Concílio Vaticano II no dia 25 de Dezembro de 1961, cuja solene abertura teve lugar em 11 de Outubro de 1962.

Para quem, como eu, que já punha algumas questões sobre se valia a pena ser padre, o Concílio que durou até 8 de Dezembro de 1965, foi uma lufada de ar fresco. De repente éramos livres de sonhar. Tudo era possível e o Mundo, que na nossa formação até aí era a fonte de todos os males, passou a ser a “seara” para onde o Senhor da messe nos enviava.

Diz a Gaudium et Spes: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração”. Assim ganhou novo sentido a minha decisão de ser padre. As aulas eram lugares de descoberta de novos horizontes. Eram muito participadas e nelas começámos a contestar fortemente o ensino tradicionalista: condenatório do mundo, com a sua espiritualidade intimista, em que Maria ocupava o lugar de Jesus. O Concílio veio dar força aos que no Seminário começavam a contestar o regime político. Nisso fomos influenciados pela Revolta Estudantil de 1962.

Começámos, então, a exigir que, antes da ordenação, fizéssemos um Estágio Pastoral para entrarmos no Mundo que nós chamávamos e era o lugar do Reino. Em Junho de 1967 ia terminar o Seminário, mas na Primavera desse ano dá-se um acontecimento que mudou a minha vida. O P. Joseph Bouchaud, Superior Geral dos Filhos da Caridade fez uma conferência no Seminário. Deu-se o “milagre das línguas”. Sabia muito pouco francês, mas entendi tudo. Decidi fazer o meu estágio em França para conhecer o caminho da emigração dos portugueses, fugidos à fome e à guerra, e viver essa experiência em equipa. Foi fácil convencer o Reitor do Seminário que nos ajudou a conseguir a autorização do D. Ernesto, ao tempo Bispo de Coimbra.

Assim a 5 de Outubro de 1967, com dois companheiros do Seminário de Coimbra e um da Guarda, parti para França. Depois de três dias para nos mostrarem Paris fomos à Polícia para tratar do visto de estadia. Foi o primeiro choque. Estava frio e, quando chegámos pelas 6 da manhã, encontrámos uma multidão de várias centenas de emigrantes portugueses. A partir das 8h, começaram a entrar, 100 de cada vez, para um pátio interior. Só depois é que se entrava no edifício, um antiga cavalariça da Polícia. A esmagadora maioria deles vinha do mundo rural e não sabia ler, nem escrever. Para chegarem a França tinham pago, em média, 15 contos. O salário, na região da Beira, era na altura 20$00 por dia.

Depois, foi um mês à procura de trabalho. Gastei as solas dos sapatos de tanto andar a pé. Encontrei emprego numa metalomecânica, na secção de reparação de rolos de máquinas de escrever. Os primeiros tempos foram muito duros. Saía de casa às 5h da manhã e tinha a sensação de que a minha vida, além da 9h de trabalho, era ir e vir da fábrica. Porque o local era barulhento, passava o dia a pensar e a rezar. Descobri assim a condição operária e a sua dureza. Afinal o homem não trabalhava “ para colaborar com Deus na obra da Criação”, mas fazia-o, com o suor do rosto, e era, muitas vezes, explorado e oprimido.

Passados alguns meses, estava eu a encher de lenha a salamandra que aquecia a oficina e de repente pensei: ”a minha vocação é anunciar o Evangelho de Jesus aos trabalhadores, assumindo a condição operária”. Porque percebi que “anunciar a Boa Nova aos pobres” passava por tornar Jesus presente entre esta gente tão explorada e oprimida. Não foi uma decisão ideológica. Foi antes uma consequência da minha fé em Jesus Cristo e na sua afirmação de que “ o sinal de que o Reino de Deus avança é que os pobres são evangelizados”. Tive a felicidade de viver os acontecimentos de Maio de 68, que não foi apenas a Revolta Estudantil, com as suas utopias, mas a paralisação da França com milhões de trabalhadores em greve.

Regressei a Portugal para ser ordenado sacerdote em Setembro de 1968 e por cá permaneci um ano. Regressei a França em 1969 acabando por entrar na Congregação dos Filhos da Caridade para ser Padre Operário. Para quem não saiba, os Padres Operários aparecem em França logo depois da 2ª Guerra Mundial. Havia muitos padres franceses que tinham sido deportados para trabalhar nas fábricas alemãs durante a guerra. Aí descobrem a condição operária. Depois, com o apoio do Cardeal de Paris, muitos pedem para continuar a trabalhar. Assim nascem os Padres Operários. O Vaticano II acaba por confirmar o ministério sacerdotal dos Padre Operários, vivido na sua condição de trabalhadores. Diz o Presbiteryum ordinis nº 8: “Para cooperar na mesma obra, todos os presbíteros são enviados: os que exercem um ministério paroquial ou inter paroquial, como os que se consagram à ciência e ao ensino, como os que trabalham manualmente e partilham a condição operária. Todos visam a edificação do Corpo de Cristo”.

Em 1971 fiz um estágio de formação profissional na área da metalomecânica, como fresador mecânico. Trabalhei depois numa fábrica nos arredores de Paris nesta profissão. Regresso a Portugal nos finais de 1972 e com o Crespo e o Chico Marques formámos uma equipa de Padres Operários de Filhos da Caridade. Fomos viver para a Cova da Piedade. Foi fácil encontrar trabalho. Comecei na Sorefame - Amadora. na altura com mais de 3000 trabalhadores. Depois fui para a Standard Eléctrica em Cascais onde trabalhavam 3200 pessoas. Recebia um bom salário.

Integrei-me na JOC (Juventude Operária Católica), como assistente de uma equipa de base, e comecei de imediato a participar, também, na actividade sindical que nessa altura era semi-clandestina e na luta política dos que contestavam o Regime. Percebi que as coisas iam mudar. Mas temíamos, também, poder um dia sermos presos, até porque a nossa casa era lugar de encontro de activistas sindicais e políticos. Sabíamos que éramos vigiados pela PIDE.

O 25 de Abril apanha-me a trabalhar como fresador na Standard integrado na luta sindical, a partir da qual se conseguiu eleger um Direcção para o Sindicato dos Metalúrgicos de Lisboa. Dela fazia parte, entre outros, Jerónimo de Sousa. Nesse grupo de activistas havia duas tendências: uma defendia a subordinação da luta sindical à luta política e era afecta ao PCP, outra, mais defensora da autonomia sindical, defendia um sindicalismo de base. Naturalmente que me sentia mais próximo desta tendência.

Foram eles que me levaram para o MES ( Movimento de Esquerda Socialista), nos anos loucos do PREC, tempo em que todos os sonhos eram possíveis. Ainda hoje me pergunto como aguentei trabalhar 9 horas por dia e participar em reuniões quase diárias até às quatro da manhã, quando não fazia uma directa. Fiz parte da Direcção Política do MES, mas nunca deixei de trabalhar e recusei ser dirigente sindical. Foram momentos de grande fervor militante em que vinha ao de cima o que de melhor há na natureza humana: a fraternidade e a solidariedade.

A partir de 1978 deixei a actividade partidária e passei a ser apenas Assistente de Religioso de equipas de JOC e LOC. Em Janeiro de 1981 fui trabalhar para a Equimetal, no Barreiro, e passei a fazer parte da equipa de Filhos da Caridade do Lavradio. Além de padre operário, passei a fazer trabalho paroquial, celebrando a Eucaristia, baptizados e casamentos, que preparava, em reuniões, na casa dos pais ou dos noivos.

Passei por uma situação de trabalho muito dura. A certa altura a empresa deixou de pagar atempadamente os salários. Chegámos a ter sete meses em atraso. Vivi situações dramáticas, com colegas a morrerem de ataques cardíacos, a enlouquecer e a suicidarem-se. Empenhei-me na luta contra a fome e a miséria, enquanto membro da Comissão de Trabalhadores e Delegado Sindical. Por exemplo, ocupámos o Pão de Açúcar do Barreiro exigindo que nos fiassem comida como faziam as mercearias de bairro.

Acabei por ser despedido. É minha convicção de que o fui por causa da minha condição de padre operário. Fui trabalhar, depois de alguns meses de desemprego, como fresador para uma fábrica de Setúbal. Em Março de 1990 ingressei como Técnico de Formação de Fresagem e Torneamento no Centro de Formação de Setúbal do IEFP. Por essa altura, e com o dinheiro do Fundo Social Europeu, foram criados vários Centros de Formação Profissional, com equipamento de qualidade e formadores de comprovada experiência profissional a quem era ministrada uma formação pedagógica de seis meses. Havia programas e meios pedagógicos que, aplicados, permitiam ministrar formação de qualidade. Os formandos eram seleccionados com rigor, pois era necessário responder às necessidades do mercado de trabalho. Muitos dos meus formandos ingressaram, de imediato, na Autoeuropa e noutras conceituadas empresas de metalomecânica da região.

Mas a partir de 1998 tudo mudou. Os Centros de Formação passaram a ser um expediente para baixar o número de desempregados. Os principais critérios para a admissão dos formandos, eram que estivessem desempregados ou fossem enviados pelo Instituto de Reinserção Social. A maioria deles já era dependente de drogas ou de subsídios. Quer uns, quer outros, não tinham nenhum interesse pela formação e apenas alguns chegavam ao fim dos cursos.

Assim chego no fim de Janeiro de 2008 à situação de reformado. Tinham passado mais 40 anos desde que em Novembro de 1967 começara a trabalhar. Vivi a condição operária na sua dureza: durante a maior parte do tempo, passando 9h por dia, junto de uma máquina num ambiente barulhento e construindo peças com medidas muito rigorosas. Vivi com camaradas de trabalho que me aceitaram como um deles e de quem fiquei amigo. Encontrei grandes militantes pelas causas da justiça, que o faziam de forma empenhada e generosa. Sofri perante as injustiças e as perseguições tão frequentes nestes meios. Vivi uma militância cristã de presença, vivência hoje tão ignorada, quando não desprezada pelos sectores dominantes da Igreja. Aprendi a rezar durante o trabalho e a fazer as minhas reflexões espirituais ou sobre a condição operária ao barulho da minha fresadora ou do meu torno.

Desde 1992 sou Capelão do Hospital do Outão e, desde Outubro de 2008, Pároco do Faralhão e Praias do Sado, junto à Península da Mitrena, onde está situada a maior produção industrial do País por metro quadrado.

Passados 40 anos, muita coisa mudou: hoje há novas tecnologias e acabou a maioria das grandes empresas. Com os contractos a prazo, os recibos verdes e todas as formas precárias de trabalho, reduziu-se a força dos sindicatos. Hoje a maioria dos trabalhadores está completamente à mercê da sede de lucros dos patrões. O próprio Estado emprega milhares de trabalhadores precários pagos, muitos deles, a recibo verde. E de forma despudorada, há gestores públicos que se servem dos estágios profissionais de licenciados para ter mão-de-obra gratuita, a quem não pagam muitas vezes, nem o transporte, nem o subsídio de refeição. Por isso eu digo, pela experiência vivida, que a única alteração estrutural do mundo do trabalho por conta doutrem nestes quarenta anos, foi no sentido do aprofundamento da exploração do trabalho humano. E isto num país cuja Constituição afirma: “Todos os trabalhadores (…) têm direito: (…) b) À organização do trabalho em condições socialmente dignificantes, de forma a facultar a realização pessoal e a permitir a conciliação da actividade profissional com a vida familiar” (art. 59º/1-b) da Constituição da República Portuguesa).

O capitalismo controla hoje toda a actividade humana. Na sua forma actual, o capitalismo na sua versão financeira, agiota e predadora é um sistema totalitário, pois, apesar de se basear na livre iniciativa, assume-se como o único, não admitindo qualquer outro modelo. Deixou de haver lugar à Social Democracia ou até à Democracia Cristã, mais defensora da propriedade privada, mas vista sempre numa vertente social. É-o também, por outra ordem de razão. A Economia Liberal pretende responder a todas as questões do Homem. Para além da economia, ela pretende ter resposta para as diversas vertentes da vida humana: cultura, desporto, religião, sexualidade, lazer, etc.. Todas estas vertentes são hoje exploradas pelo sistema capitalista. Na Religião, não só produzindo um novo “deus”, o consumismo, como ainda fazendo de muitas seitas religiosa, o chamado “capitalismo religioso”. Assim explora de forma escandalosa o sentimento religioso, sobretudo dos mais pobres e mais desprotegidos.

Perante uma crise, que está a arrastar para a empobrecimento e para a fome milhares de portugueses, a Igreja não prega “a tempo e a fora dele” a Doutrina Social da Igreja. Seria bom lembrar aos políticos, e alguns até se dizem cristãos, que:

“ O homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida económica e social” (Gaudium et Spes 63).

“ O primado do homem sobre as coisas na dupla prioridade: do homem sobre o trabalho (Laborem Exercens 6) e do trabalho sobre o capital (Gaudium et Spes 67 e Laborem Exercens12-13).

“O destino universal dos bens (Laborem Exercens18-19, Gaudium et Spes 69 e Centesimus annus 30ss). A justa remuneração do trabalho é o meio concreto de aplicação deste princípio (Laborem Exercens19).

A economia deve estar ao serviço da pessoa toda e de todas as pessoas (Gaudium et Spes 63). “É necessário e urgente educar os consumidores para o uso responsável do seu poder de escolha, a formação de um alto sentido de responsabilidade nos produtores e, sobretudo, nos profissionais de comunicação, além da necessária intervenção das autoridades públicas “. (Centesimus Annus 36).

Por tudo isto, penso que há uma questão teológica, que não sendo nova, é urgente aprofundar. Deus ama preferencialmente os pobres = “os órfãos e as viúvas, os fracos e os oprimidos, os cativos e os imigrantes, etc.), como aparece claro em muitos textos do Antigo e Novo Testamento. Também os Evangelhos, S. Paulo e outros textos do Novo Testamento dizem de uma forma muito clara: Jesus Cristo é o Único mediador entre Deus e os homens. Mas encontrar Jesus, e este encontro é um acto de fé, acontece no: “que tem fome, sede, está nu, preso ou doente”. A Fé Cristã pratica-se no encontro com Deus, na Pessoa de Jesus Cristo, presente nos pobres. Sem este encontro, o Cristianismo será apenas mais uma religião. E as religiões podem não libertar (salvar) os homens, mas antes atá-los a uma crença (religião vem do latim re-ligare). Abandonar o amor preferencial pelos mais pobres é desvirtuar o Evangelho de Jesus.

S. Vicente de Paulo, que tanto influenciou os Católicos Sociais no século XIX diz na sua carta 2546: “Devemos considerá-los (os pobres) antes de mais à luz da fé. O Filho de Deus quis ser pobre e ser representado pelos pobres. Cristo quis nascer pobre, chamar para a sua companhia discípulos pobres, … ao ponto de dizer que o bem ou o mal feito a eles o tomaria como feito a si mesmo… O serviço dos pobres deve ser preferido a todos os outros. Se durante o tempo de oração tiveres de levar ajuda a um pobre, ide tranquilamente. E não tenhais nenhum escrúpulo ou remorso. De facto não se trata de deixar a Deus, … servir um pobre é também servir a Deus”.

Perante a fome a miséria por que passa 1/3 da Humanidade e empobrecimento que atinge cada vez mais gente, nos ditos países ricos, num tempo em que se produzem alimentos suficientes para todos, a defesa dos pobres, dos que são vítimas da violência e da guerra, a defesa da Justiça Social, do primado do homem sobre as coisas, tem de fazer parte da “prática religiosa” , penso eu, do Papa, dos Bispos, dos sacerdotes e dos cristãos leigos. E isto, deve ser obrigatoriamente feito por uma questão de Fé e não, como dizem alguns, por uma questão ideológica.

Luís M. Martins Ferreira
Padre Operário
Capelão Hospitalar e Pároco"

Dados biográficos:
Luís Manuel Martins Ferreira, nasceu a 9 de Novembro de 1943, em S. Martinho da Cortiça – Arganil.
É filho de Maria Isaura Ferreira de Frias e António Martins Pinto.
Concluiu a Teologia na Seminário de Coimbra em 1967. Ordenado sacerdote em 1968. Foi Padre Operário até 31 de Janeiro de 2008. É Capelão do Hospital do Outão desde 1992 e Pároco do Faralhão e Praias do Sado desde Outubro de 2008.

sábado, 14 de abril de 2012

Cicloturismo e BTT na U.R.C. Urgueira a 29 de Abril

"Pois é pessoal, ai vem mais um cicloturismo organizado pela U.R.C. Urgueira... Mais um ano como os anteriores como todos já estão habituados, diversão, convívio, e claro a boa comidinha :)

PROGRAMA:
9:00h - Concentração e inscrições dos participantes junto à sede da U.R.C. Urgueira;
9:30h - Início do passeio;
11:00h - Reforço alimentar;
13:00h - Almoço.

Ps: Existe lembrança de participação"

O evento decorrerá no domingo, 29 de Abril de 2012 e as inscrições podem ser efectuada através dos telemóveis 966705902 ou 967029519.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Casa da Carvalha 2009, uma colheita fora-de-série

"Tivemos o privilégio de assistir ao engarrafamento de um vinho excepcional, o Casa da Carvalha 2009" - comentou-nos Patrick Dias da Cunha. "Estamos convencidos que este vinho vai causar um grande furor."

Parabéns à Casa da Carvalha e ao enólogo Rui Reguinga.

 A unidade de engarrafamento móvel estacionada na Casa da Carvalha.

Pormenor do processo de engarrafamento.
 
O Casa da Carvalha 2009 pronto para seguir para o mercado.

Estará disponível, como de costume, nos Supermercados El Corte Inglês ou na Casa da Carvalha.