quinta-feira, 18 de julho de 2013

Noites do Adro a 27 de Julho

É já no dia 27 de Julho (sábado) que se realiza a 5ª edição das "Noites do Adro", organizadas pela Projecto Radical.
O encontro está marcado para o adro da igreja de S. Martinho da Cortiça, às 21h30, e conta com a participação do Grupo de Cavaquinhos da Casa do Povo de Longra, Tuna e Cantares de Ega e com a tuna anfitriã de S. Martinho.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

A qualidade da água do abastecimento público em S. Martinho da Cortiça

Todos temos visto durante os últimos meses que a qualidade da água que nos sai das torneiras em S. Martinho da Cortiça tem sido sofrível.

Uma água é dita potável quando é inofensiva para a saúde do homem, agradável aos sentidos e adequada aos usos domésticos. O que não tem sido o caso: a água do abastecimento público vem bastante turva e com sabor desagradável, tanto que muitas famílias recusam o seu consumo para beber e para cozinhar e apenas a utilizam esta água para lavagens, com grandes inconvenientes.
Por um lado, as famílias voltam cada vez mais à água das fontes para beber, mas cuja qualidade não tem sido controlada, com as nascentes cada vez mais ameaçadas pela falta de tratamento das próprias águas residuais, que na nossa Freguesia continuam sem tratamento apropriado, apesar das promessas já feitas.
Por outro a própria água do abastecimento público, por vir tão turva, começa entupir e danificar filtros, termoacumuladores e outros electrodomésticos, compre juízo para as populações.


A turvação, cor, cheiro e sabor, além de outros parâmetros químicos, bacteriológicos e biológicos mais imperceptíveis a olho nú, são parâmetros de controlo da qualidade da água previstos no Decreto-Lei n.º 306/2007, que estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano, e não estão, certamente a ser respeitados.

Nos últimos relatórios disponíveis no site da C. M. Arganil a violação de alguns parâmetros ficou registada. Por exemplo, com a detecção de excesso na dosagem de sulfato de alumínio (utilizado para flocular as partículas de sujidade em suspensão na água, decantando e clareando-a) e com a má qualidade dos reagentes utilizados (1º trimestre 2013 - http://goo.gl/LjG2L). 
Note-se, por exemplo, que a exposição prolongada ao sulfato de alumínio pode causar graves problemas para saúde! 
A própria turvação, está escrito do Relatório Técnico do 1º trimestre 2013, “pode ser um sinal de contaminação [já que] as partículas que conferem turvação à água protegem os microorganismos dos efeitos da desinfecção, facilitando o desenvolvimento das bactérias”. 

Estamos perante um problema de saúde pública, tendo até já várias autoridades do nosso concelho aconselhado informal, mas publicamente, a evitar o seu consumo!?

De que nos serve pagar por água que não podemos consumir com segurança? A água é um bem essencial!

A Freguesia de S. Martinho da Cortiça, assim como a de Pombeiro da Beira, Paradela da Cortiça e mais algumas povoações das freguesias de Arganil e Vila Nova do Ceira são abastecidas pelo sistema de abastecimento de água do Feijoal, cuja captação é precisamente nas margens do rio Alva, no Feijoal, construída em finais da década de 1980, a funcionar portanto há quase 30 anos. É a partir desta captação, onde também a água é filtrada e tratada, que depois é bombada para os diversos reservatórios (sistema em alta), e daqui distribuída para os diversos domicílios (sistema em baixa). 
Estima-se que cerca de 4.000 pessoas sejam abastecidas a partir deste sistema, todas elas afectadas por este problema.

Muitos palpites já se deram acerca deste problema e da sua resolução. Ou é a cota da albufeira que está alta, ou que baixa, ou a localização da captação não é boa, ou os filtros que estão sujos, ou as areias de filtragem inadequadas, ou as dosagens de reagente inadequadas, ou os reservatórios que precisam de ser limpos, etc…
Tem-se levantado muita poeira em torno deste problema e em torno da sua resolução, principalmente por quem tem a responsabilidade de esclarecer. 
Mas tem sido sobretudo poeira. Tanto que nunca este problema foi sequer levantado pelo sr. Presidente da Junta de Freguesia de S. Martinho da Cortiça nas mais de 20 sessões em que teve assento na Assembleia Municipal em Arganil desde 2009, como se pode facilmente comprovar da leitura das actas publicadas no site da Câmara Municipal (http://goo.gl/CQ2Vc), sem contar com as anteriores desde 2005.  
Não fossem, aliás, as queixas veementemente apresentadas nas duas últimas sessões das Assembleia de Freguesia em S. Martinho da Cortiça e a pressão então feita para que o problema fosse levado ao conhecimento da Assembleia Municipal, que o problema continuaria sem ser levado a quem o pode resolver.

A César o que é de César, e aos técnicos o que é dos técnicos. E já agora, aos políticos a decisão de mandar, ou não, os técnicos estudar os problemas e apresentar soluções.
É a Câmara Municipal, e claro a Junta de Freguesia, quem deve promover um correcto diagnóstico do problema, em vez de se deixar divagar em palpites, e estudar quanto custa a resolução do problema e decidir se a resolução deste problema é, ou não, uma prioridade para a saúde pública das suas populações. 
Por exemplo, decidir que parte dos cerca de 170 mil euros que gere anualmente estará a Junta de Freguesia de S. Martinho da Cortiça disposta a utilizar para resolver este problema? Ou que parte dos 80 mil euros já investidos na adaptação do Centro Cultural de S. Martinho da Cortiça? Ou, se não for suficiente, que parte dos mais de 6 milhões de euros investidos na Reabilitação da Cerâmica Arganilense estará a Câmara Municipal de Arganil disposta a utilizar para resolver um problema que afecta diariamente cerca de 4.000 pessoas?